Desde abril, circula na internet a Carta Internacional dos Atingidos pela empresa Vale, elaborada por mais de 160 representantes de 80 organizações, movimentos sociais e sindicais de vários países como Alemanha, Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Equador, França, Itália, Moçambique, Nova Caledônia, Peru e Taiwan.
O documento, divulgado no I Encontro Internacional de Populações, Comunidades, Trabalhadores e Trabalhadoras atingidos pela política agressiva e predatória da companhia Vale, realizado no Rio de Janeiro, faz duras críticas à postura da mineradora. "Sendo uma empresa transnacional, a Vale trabalha única e exclusivamente para seus acionistas e para o grande capital. Denunciamos as violações dos direitos humanos, exploração de trabalhadores/as, precarização das condições de trabalho, destruição da natureza e o desrespeito às comunidades tradicionais, periferias urbanas e sindicalistas" denuncia a carta, assinada por entidades de várias partes do mundo.
Além de denunciar, a proposta do documento é fortalecer a luta internacional de enfrentamento à Vale, dando continuidade à resistência e à construção de alternativas ao modelo explorador e depredador da Companhia. "A vida das comunidades, dos trabalhadores e trabalhadoras e de todo o planeta deve estar acima do lucro desenfreado das grandes empresas transnacionais. Atrás de uma falsa imagem verde e amarela, a Vale destrói e mata ecossistemas e comunidades inteiras. Estamos aqui porque acreditamos na vida e no bem viver. Estamos aqui porque resistimos. Estamos aqui porque os bens da natureza devem estar nas mãos dos povos. Estamos aqui porque acreditamos na humanidade e na sua capacidade de luta" destaca o texto da carta.
O CFESS, que é um dos signatários da carta, defende a garantia e a proteção aos direitos humanos, especialmente em tempos de avançado desenvolvimento tecnológico e crescente preocupação com a questão da sustentabilidade. "Vivemos em uma época de mundialização do capital, sustentada pela fragmentação do mundo do trabalho, gerando aumento da desigualdade e desrespeito aos direitos sociais. É nessa luta que nos solidarizamos com os atingidos pela Vale", destaca a Conselheira do CFESS Tânia Maria Ramos de Godói Diniz.
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